DOS SABERES
NALDOVELHO Sei das estrelas que me encantam o caminho, sei do vento que acaricia o meu corpo e que pacientemente esculpi em meu rosto as marcas da solidão. Sei do sussurro das águas de um rio que insistentemente se põe a me dizer: saudade! Sei da dor entranhada em meu peito por amores deixados tristonhos. Sei das escolhas e do desencanto, sei das portas fechadas e do desabrigo, das noites insones e do meu caminhar, quase sempre, em desalinho. Sei do exílio que hoje eu me imponho e da inquietude que alimenta os meus sonhos. Sei que um dia há de haver um repouso e que ao verdadeiro amor não se impõe às amarras. Sei da liberdade que teimosamente eu proponho, sei da busca pela redenção. Sei que sou apenas mais um peregrino, que escolheu ser sem rumo, sem prumo e sem porto. Sei que o meu nome tem gosto de ausência e que o meu cheiro tem o odor da querência. Sei que sou um anjo caído, que ao olhar em seus olhos descobriu que ainda era um menino que não conseguia ser digno de você. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 24/05/2009
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