É TEMPO
NALDOVELHO É tempo de caminhar em silêncio, o sol entardece lá fora, primavera ardida de outubro, logo-logo anoitece, e a lua vem nos abençoar. É tempo de fazer uma prece, para todos os estranhos deuses que habitam nossas entranhas. Cada um de nós tem o seu! Alguns, até, mais de um! É tempo de dizer te amo! E que apesar de todos os enganos, melhor não poderíamos fazer. Até por que não saberíamos, ainda há, muito, o que aprender. É tempo de beijar nossos filhos e pedir perdão pelos desatinos, pelas heranças amargas e insanas, semente de erva daninha que erramos ao cultivar. É tempo de abrir portas, janelas, porteiras, cancelas; romper fronteiras distantes, acabar de vez com as esperas... Não tarda alguém vai chegar! É tempo de abraçar os amigos, dizer do aconchego preciso, olhos nos olhos sem mascaras, tocar o coração do inimigo, semear compreensão. É tempo de brindar nossas vidas, de curar em nós as feridas, de enxugar de vez todo o pranto, pois apesar de toda a loucura, agora é hora de consertar. É tempo de tomar o trem! Amanhã, antes do anoitecer, quando o sino tocar seis vezes, aonde quer que estejamos, estaremos pensando em vocês. É tempo de dizer adeus! Faz de conta que fomos melhores, pois não foi tão grande o estrago. Quem sabe uma nova chance? Custa nada acreditar! NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 11/05/2009
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